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«Breaking In» por Jorge Pereira

Prometia muito a carreira de James McTeigue na realização quando em 2005 apresentou como primeiro filme V de Vingança. O antigo assistente de realização das manas Wachowski (Matrix; Speed Racer) e de George Lucas (Star Wars: Episódio II – O Ataque dos Clones) perdeu-se um pouco no cinema logo após Ninja Assassin (2012), dando mais nas vistas em séries como Sense8 (realizou 5 episódios) do que na 7ª arte, com filmes como O Corvo (o de John Cusack, não o de Brandon Lee) e Sobrevivente.

Inspirada pelo sucesso de Get Out, a Universal avançou para novos filmes de horror ou thrillers de baixo orçamento e Breaking In foi uma das apostas, colocando uma mãe (Gabrielle Union) em confronto direto com um grupo de quatro assaltantes que faz os seus filhos reféns numa casa até conseguir retirar o dinheiro de um cofre que por lá existe.

É mais um filme de invasão, subgénero que nos últimos anos entrega propostas em catadupa, com filmes como Funny Games, The Strangers, The Purge, You’re Next ou Knock Knock, a conseguirem apresentar algo de novo ou bem conseguido, coisa que este Breaking In não faz.

Invertido no seu sentido de invasão, já que neste caso Gabrielle está fora da casa e tenta entrar nela para resgatar os filhos, Breaking In nunca se revela energético, intiligente ou simplesmente inventivo nas suas sequências, história ou  personagens. Rico em colagens deste ou daquele filme, é particularmente frustrante ver McTeigue – que sempre foi bom em criar universos estilizados, mesmo que os guiões fossem fracos – a fazer uma realização do mais genérico possível, digna de um tarefeiro à espera do cheque. Os atores também se ressentem disso, com Gabrielle a fazer um papel digno – mas pouco marcante – de uma mãe protetora que não desarma até salvar os filhos, e os vilões a não convencerem nem a terem impacto sério no espectador.

O resultado final é assim um filme banal, descartável e que evidencia que Hollywood muitas vezes precisas de fazer filmes em série de forma industrial pois sabe que serão minimamente rentáveis devido ao seu baixo orçamento (neste caso, custou 5 milhões, rendeu 50).


Jorge Pereira