Sexta-feira, 19 Abril

«The Equalizer 2» (A Vingança) por Ilana Oliveira

Um filme de ação um pouco desastrado com aquela parcela de relevância social é o que pode-se retirar de Equalizer 2 – A Vingança. O segundo filme da franquia criada por Antoine Fuqua devolve aos ecrãs o super-herói humanizado de Denzel Washington e constrói camadas mais profundas aos seus personagens.

Argumento e realização pecam em pontos específicos ao mesmo tempo em que acertam fortemente em outros. O trabalho de Fuqua na realização é um compilado de movimentos ousados de câmaras que, em diversas vezes, não dão certo, já que não consegue descobrir o seu ponto de equilíbrio. A violência gráfica derivada do primeiro filme, o uso de CGI gritante e a semelhança com videojogos em momentos mais tensos da trama somente ajudam a deixar o espectador sob o efeito de tonturas, o que não adicionam em nada à mensagem que se pretende passar.

O argumento, pior aspeto de Equalizer 2, possui apenas um momento de glória. Depois de apresentar diálogos demasiado superficiais entre o personagem de Pedro Pascal e Denzel Washington, a história do filme nos apresenta a personagem de Miles, vivido por Ashton Sanders (espetacular em Moonlight). A relação paternal criada entre as duas personagens rende a melhor cena de todo o filme, com um diálogo profundo e digno de ser ressaltado, deixando uma sensação de merecimento de uma história só para os dois.

O trabalho de atuação de Washington e Sanders é um presente para aqueles que pretendiam ver um filme de ação visto e revisto diversas vezes. Ao contrário disto, a atuação de Pascal é preguiçosa, muito por conta do que foi construído para o próprio personagem Dave York. Já no terceiro ato, o ponto de viragem do roteiro é previsível levando-nos para uma conclusão também ela previsível, porém, nada fora do aquilo que se é esperado para um filme do género.

No final, Equalizer 2 é formatado, tornando somente interessante pela mensagem que pretende passar com suas subtramas (atenção para a história do senhor Sam Rubinstein), que são melhores que a espinha dorsal do argumento.

Ilana Oliveira




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