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«Collide – A Alta Velocidade» por Jorge Pereira

Nos tempos que correm, parece que por amor vale tudo, até mesmo assaltar o camião de um traficante de drogas (Anthony Hopkins) para entregá-lo a outro (Ben Kingsley), isto para conseguir dinheiro para salvar a namorada (Felicity Jones) que precisa de 200 mil dólares para o transplante de um rim.

Esta é a tarefa do nosso protagonista (Nicholas Hoult) e parece ser a grande mensagem de Collide (basta ver o poster), mais um pontapé no ar do realizador Ethan Creevy, cujo filme anterior, Welcome To The Punch (Conspiração Explosiva) [1], já não sobrevivia às intenções.

Deixando os moralismos e julgamentos de lado nesta coisa do que é o amor e romantismo nos tempos modernos, a verdade é que Creevy desperdiça o talento de todos os que estão a bordo com ele nesta viagem. Buscando mais uma vez a inspiração em cineastas como Michael Mann, John Woo e Guy Ritchie, o cineasta apresenta um trabalho repleto de sequências de ação que se vende pelas perseguições automobilisticas (supostamente vistosas) que tem. Não se iludam. Sem nunca fugir dos clichés na narrativa e das personagens, o filme apresenta sequências monótonas e resume-se a um episódio descartável no género.

No meio de tanta salganhada, que dizer das prestações dos atores? Claro está que é bom ver a dupla Anthony Hopkins/Ben Kingsley a confrontar-se, mas as suas personagens são tão derivativas que mesmo com a sua qualidade não se consegue fazer muito delas. À frieza e calculismo do primeiro (o estado natural de Hopkins desde O Silêncio dos Inocentes), Kingsley responde com excentricidade e loucura, como se o traficante que representa fosse filho de uma personagem de Snatch e outra de Gato Preto, Gato Branco.

Já a dupla de pombinhos, Hoult e Jones, cumpre o seu papel neste conto pastelão, capaz de atrair adolescentes fanáticos e cuja ideia de amor se enquadra na tagline do filme.

Não se enganem, Collide é um desperdicio de tempo, talento e dinheiro. Se a tentativa era fazer uma espécie de Velocidade Furiosa ou um Ronin a esteroides, Collide não passou da primeira curva….

O Melhor: Os atores
O Pior: Tudo o resto


Jorge Pereira