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«Hurok» (Loop) por Jorge Pereira

 

Embora seja engenhosa e bem ritmada a forma como o escritor e diretor húngaro Isti Madarasz nos entrega Hurok, um thriller que acompanha um homem que vive a mesma sequência de eventos num ciclo contínuo enquanto tenta salvar a vida de sua namorada, o resultado final acaba por ser pouco mais que mediano.

Os filmes e séries de viagens no tempo têm sido bastante explorados na TV e no Cinema, por isso esta espécie de Feitiço do Tempo húngaro de um cineasta a assinar a sua primeira longa-metragem devia ter tentado inovar na abordagem e não apresentar apenas uma série de truques já vistos e revistos em constante “loop” no grande ecrã.

Entenda-se que esta produção tem um orçamento limitado e que a estética que Madarasz aplica até lhe dá um tom uniforme, pessoal e de certa maneira vincado, o problema é que os seus protagonistas, apesar de apaixonadas, nunca revelam um tom fora do unidimensional, ficando assim o espectador a torcer pelos dois pombinhos por uma questão de dever moral e não porque realmente temos uma forte empatia por eles. O mesmo se passa com o vilão, um traficante reduzido a uma personagem de cartão que serve para o efeito mas que não nos marca particularmente.

Por isso mesmo, e apesar de ser um razoável exercício escapista, Hurok dificilmente ficará na nossa memória. E até o podemos ver diversas vezes que nada muda…

O melhor: a uniformidade da estética
O pior: Não traz nada de novo ao género.


Jorge Pereira