Contrariando o preconceito inicial que se poderia ter em apelidar o regresso de Taylor Lautner ao protagonismo como qualquer coisa de inútil, inserimos Tracers em diversos case studies. O primeiro na procura de protagonistas cada vez mais jovens pela industria cinematográfica, como se servissem de apelo às habituais audiências das salas de cinema. Não é novidade nenhuma de que estas são maioritariamente frequentadas pelos mais jovens e deixando os adultos em casa – visto estes possuírem propostas à sua medida no pequeno ecrã que trazem as temáticas mais maduras e complexas das séries de televisão.

O segundo case study que poderíamos tirar proveito neste caso são as tendências estabelecidas pela expansão da internet. Devido a isso os vídeos caseiros e uma excessiva democracia de “cinema”, onde atualmente qualquer pessoa pega numa câmara (nem que seja de um telemóvel) e filma vídeos para partilhados em sites e outras plataformas como o Youtube. Previsivelmente, tais vídeos serão mais vistos que 70% das produções cinematográficas saídas num ano. Face a isto, Tracers adquire uma linguagem dessas novas tendências ao demonstrar um enredo que cruza heróis acidentais e parkour, movimento acrobático e marginal que ostenta o seu holofote com a vinda dos ditos sites de partilha de vídeos.

Assim sendo, nem tudo visto no filme é pura futilidade se o inserimos neste contexto de análise. Sem fazer grande diferença, o filme do desconhecido Daniel Benmayor é pura pedagogia cinematográfica. Mas, claro, não esperem nada de novo nem nada de envolvente aqui, até porque de Taylor Lautner, um dos atores saídos do fenómeno Crepúsculo, não é possível prever um futuro risonho. Personagens unidimensionais, sequências de ação que ocasionalmente tem um “quê” circense devido à temática abordada, mas sem “asas” para mais e um enredo automático, padronizado e percorrido sem riscos e ousadias. Não mata, não desmoraliza, mas esquece-se tão facilmente que até mete dó.