Sexta-feira, 29 Março

«Son of God» (O Filho de Deus) por Carla Calheiros

Independentemente do sucesso que consiga, quando uma minissérie é resumida e adaptada ao grande ecrã isso não abona em seu favor. Aliás, a decisão dos produtores de levar o mesmo material ao grande ecrã é bastante discutível e embora lhes possa dar mais retorno monetário, pois na realidade é o mesmo material usado em duas frentes, a verdade é que ao ser feito para televisão, e resumido ao cinema, acaba por transformar a bem amada série num produto cinematográfico menor.

Infelizmente, este é o problema inicial de O Filho de Deus, feito para televisão com meios competente mas para este fim, esta versão cinematográfica mostra desde logo esse aspeto, e não deixa de ter desde o primeiro momento o sabor de material requentado e limitado.

Em Portugal, tanto a minissérie como o filme, ganham maior interesse devido à escolha do protagonista ter recaído no ator português Diogo Morgado. E, a verdade é que após a estreia televisiva além fronteiras, Morgado teve algum “hype” em Hollywood, com presença inclusive no programa da popular Oprah Winfrey. Morgado acaba por não desiludir, desempenha o papel de Jesus com competência e como se espera do Messias.

No entanto, sejamos sinceros, cinematograficamente O Filho de Deus não traz qualquer mais-valia a outras adaptações da vida de Cristo. O Filho de Deus é um filme que se vê mas que nos trás pouco efeito ou reação, como tiveram por exemplo obras como o recente A Paixão de Cristo, concorde-se ou não com o rumo que Mel Gibson deu à obra.

No final pouco mais fica do que uma soma um pouco atabalhoada de episódios da vida de Cristo, desde o seu nascimento até a crucificação que atalha um pouco a vida do Messias sobretudo na sua missão de evangelização praticamente inexistente nesta versão, e que certamente não conseguirá trazer novo fiéis ao cristianismo. Um produto claramente criado para a televisão e que se transforma aqui num produto cinematográfico sem grande chama.

O Melhor: Sem favoritismos patrióticos, Diogo Morgado.
O Pior: É um resumo de uma série televisiva e nota-se.


Carla Calheiros

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