Baseado no livro de George V. Higgins, Cogans Trade, Andrew Dominik escreve e realiza uma película que deambula entre o universo Scorsesiano e Coppoliano. Se a temática da máfia já foi desgastada e abordada ao longo dos anos, umas vezes bem, outras vezes mal, aqui Dominik tem o mérito de conseguir utilizar imagens de Bush pelo meio, o que conseguiu tornar o filme melhor. Pois é, enquanto seguimos Jackie (Pitt) na procura dos responsáveis pelo roubo de um casino gerido pela máfia, vamos tendo como plano de fundo a crise económica e o colapso capitalista de 2008. É precisamente aí que o filme acrescenta alguma coisa ao género.
Depois temos James Gandolfini a fazer de Tony Soprano, Ray Liotta a fazer dele próprio (com os seus tiques nervosos) e Brad Pitt aos tiros, mas com um modus operandi bem delimitado. Há sangue, cenas de morte altamente estilizadas, do género O Padrinho, há Bush, Obama e até o senador Mccain.
O Melhor: Uma cena em que vemos o Brad Pitt a matar suavemente. A crítica à sociedade Americana.
O Pior: Como filme sobre a máfia, não acrescenta nada de novo.
Nuno Miguel Pereira |