Terça-feira, 16 Abril

«Un amour de jeunesse» ( Um Amor de Juventude) por André Gonçalves

Aos quinze anos, Camille apaixona-se por Sullivan, um rapaz quatro anos mais velho, com ideias de fazer uma expedição pela América do Sul. Ele parte, e vai enviando cartas, até ao dia em que deixa de lhe escrever…   

O amor jovem condenado está a fazer mossa de novo. Enquanto não nos chega o norte-americano premiado em Sundance “Like Crazy”, temos este “Un amour de jeunesse” como aperitivo agridoce de um amor condenado pela distância. 

É no vazio que “Un amour de jeunesse” se movimenta. Um vazio narrativo alimentado por uma primeira paixão adolescente, daquelas que marcam para toda a vida. Um primeiro amor que consegue ser tão forte que enfraquece. Enfraquece a protagonista feminina que acompanhamos, e enfraquece o espectador, que a certa altura não sabe bem o que fazer perante o que vê. Se esse era o propósito da realizadora Mia Hansen-Løve («Le Père de mes enfants»), aqui na sua segunda longa-metragem, então parabéns. 

Para os mais aventureiros e pacientes (!), temos portanto aqui uma história tocante e romântica que atravessa uma década, uma longa odisseia de auto-descoberta e independência vista sobretudo pelos olhos da actriz Lola Créton no papel de Camille, que apesar de tudo, acaba por ser demasiado estendida para realmente fazer o efeito que eu penso que seria o mais desejado. Ainda assim, é uma transformação curiosa, e o par romântico condenado é amoroso (bem mais que o par professor-aluna), o que por si só vale uma espreitadela. 
 
 
 André Gonçalves
 

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