Sexta-feira, 29 Março

Pedro Almodóvar lamenta “autocensura” e admite ditadura do “politicamente correto”

A autocensura existe e há uma ditadura do politicamente correto”. Estas são as palavras de Pedro Almodóvar numa entrevista à Europa Press, por ocasião da estreia de Dolor y Gloria, filme autobiográfico que apesar de ter nascido nas suas experiências cresce para além da realidade.

O cineasta espanhol deu dois exemplos dessa “autocensura” e dos tempos que vivemos, pegando no rapper Valtonyc, condenado a três anos e meio de prisão por escrever letras de músicas onde aborda o assassinato de membros do governo, da família real e dos partidos de direita espanhola. Admitindo que não gosta do rapper, Almodóvar crê que este “não pode ser preso e levado a um tribunal”, referindo ainda a ausência de um apresentador nos Oscars pelo medo que este fosse investigado e se encontrasse algo duvidoso no seu passado.

Dolor Y Gloria marca o reencontro com dois atores que ajudou a revelar ao mundo: Penélope Cruz (Tudo Sobre a Minha Mãe) e António Banderas (A Lei do Desejo). A eles acrescentam-se ainda Asier Etxeandía (Mama) e Julieta Serrano, outra colaboradora frequente do cineasta e que marcou presença em filmes como Matador ou Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos

O argumento é, como habitual, da sua autoria, falando-nos de um realizador de cinema que reflete sobre as suas escolhas que fez no passado e que regressam para o assombrar. Um tema verdadeiramente “Almodovariano”, portanto. 

O filme tem data de estreia marcada para dia 22 de Março em Espanha.

 

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