Sábado, 20 Abril

Morreu Hector Babenco, o realizador de «Carandiru»

Hector Babenco, o realizador argentino, naturalizado do Brasil, sucumbiu face a uma paragem cardíaca, segundo a agência AFP através de uma fonte do hospital Sírio Libanés. Conhecido como o homem por detrás dos sucessos de O Beijo da Mulher Aranha e Carandiru. Tinha 70 anos. 
 
Hector Babenco foi um realizador que quebrou fronteiras, nascido em Mar del Plata, Argentina, encontrou a notoriedade no Brasil com obras como Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1977) e Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981). Em 1985, concretiza em terras norte-americanas O Beijo da Mulher Aranha, sobre dois prisioneiros que tentam fugir das suas realidades e que acabam por encontrar conforto na companhia do outro. O filme que teve estreia mundial e aclamada no Festival de Cannes, acabou com a nomeação de quatros Óscares da Academia, incluindo o de Melhor Realizador e Melhor Filme. Um dos protagonistas, William Hurt, que vestiu a “pele” de um transexual, foi premiado com o Óscar de Melhor Ator. 
 
Continuou nos EUA onde finalizou duas outras obras, o romance Estranhos na Mesma Cidade (1987), com Jack Nicholson e Meryl Streep nos principais papeis, e A Brincar nos Campos do Senhor (1991), um épico com Tom Berenger que não obteve o mesmo fascínio partilhado nas duas anteriores realizações. Voltou para a América do Sul onde em 1998 dirigiu Um Coração Iluminado, uma coprodução argentino-brasileira sobre um homem que regressa à sua terra natal, 20 anos depois, para reencontrar um antigo amor. 
 
Hector Babenco reencontrou o êxito com outra história prisional, o retrato de uma das maiores prisões sul-americanas, Carandiru (2003), com estreia no prestigiado Festival de Cannes. O realizador ainda esteve por detrás do spin-off televisivo – Carandiru, Outras Histórias – que foi transmitido em 2005.
 
Dirigiu ainda Gael García Bernal em El Pasado (2007), outra coprodução argentino-brasileira, um dos segmentos do filme coletivo Words with Gods (2014), ao lado de Amos Gitai, Guillermo Arriaga, Emir Kusturica, Mira Nair e Hideo Nakata. A sua última obra foi O Meu Amigo Hindu (2015), com Willem Dafoe, sobre um realizador à beira da morte que tenta aprender a viver, que estreou no Brasil em Março deste ano.
 

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