Sexta-feira, 29 Março

Omissões e surpresas nos nomeados aos Oscars®

 

Houve várias surpresas e “esquecimentos” na altura das nomeações à 91ª edição dos Oscars. Reunimos aqui algumas delas:

Melhor Filme

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Black Panther tornou-se o primeiro filme de super-heróis a ser nomeado, coisa que já esteve perto de acontecer com o Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan e com A Mulher Maravilha de Patty Jenkins.

Surpreende, relativamente, a omissão de First Man, mas também de First Reformed, de quem ainda se tinha uma ligeira esperança. If Beale Street Could Talk, do realizador do oscarizado Moonlight,  é igualmente uma ausência notada. Numa categoria com 8 nomeados, há que mencionar Bohemian Rhapsody, filme que continua a dar que falar depois de ter sido desprezado pela crítica, mas triunfar nos Globos de Ouro.

Melhor Realizador

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A Academia tem alguma tradição em “esquecer” realizadores em estreia nas suas nomeações e Bradley Cooper (A Star is Born) foi contemplado este ano com essa omissão. O mesmo tinha acontecido a Ben Affleck (Argo) ou Barbra Streisand (Yentl). Também “esquecido” foi Peter Farrely (Green Book), envolvido numa polémica que ressurgiu agora e que remonta aos tempos de Doidos por Mary. Quem  “ganhou” com isso foi o polaco Pawel Pawlikowski (Cold War) e o grego Yorgos Lanthimos (The Favourite). Se juntarmos a estes dois o mexicano Alfonso Cuáron, reparamos que os “estrangeiros” estão em maioria nos nomeados, com Adam McKay (Vice) e Spike Lee (Blackkklansman) a serem os norte-americanos representados.

Há que referir que apesar de já contar com duas nomeações aos Oscars (argumento e documentário), e de já possuir um Oscar honorário, Spike Lee conseguiu pela primeira uma nomeação a melhor realizador e melhor filme.

 

Melhor Atriz

A mexicana Yalitza Aparicio (Roma) foi a grande surpresa nesta categoria, deixando para trás nomes como Emily Blunt, nomeada pelo sindicato de atores pela sua prestação em Mary Poppins Returns, e Toni Collette por Hereditary. Nicole Kidman (Destroyer) podia também estar aqui, mas a academia optou pela veterana Glenn Close (The Wife), Olivia Colman (The Favorite), Lady Gaga (A Star Is Born) e Melissa McCarthy (Can You Ever Forgive Me?”).

 

Melhor Ator

John David Washington (BlackKklansman) é um “esquecido”, especialmente por ter sido nomeado pelo sindicato dos atores. Também Ethan Hawke (First Reformed) poderia estar por aqui, especialmente porque foi acumulando alguns prémios da crítica. Porém, a surpresa acabou por ser Willem Dafoe, pela sua prestação como Van Gogh em At Eternity’s Gate.

Melhor Ator Secundário

Timothee Chalamet (Beautiful Boy) é a principal ausência nesta categoria (foi nomeado pelo sindicato dos atores), surgindo Adam Driver (Blackkklansman) de forma um pouco surpreendente. Sam Elliott (A Star Is Born), Richard E. Grant (Can You Ever Forgive Me?) e Sam Rockwell (Vice) eram esperados, bem como Mahershala Ali, o favorito na categoria pelo seu papel em Green Book.

Melhor Atriz Secundária

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Aqui a surpresa chamou-se Marina de Tavira, nomeada por Roma. Emily Blunt (A Quiet Place) e Margot Robbie (Mary Queen of Scots) foram nomeadas pelo sindicato dos atores, mas falharam aqui a nomeação. E se Amy Adams (Vice), Emma Stone (The Favourite) e Rachel Weisz (The Favourite) repetem a nomeação do sindicato, Regina King (If Beale Street Could Talk) surge em cena, confirmando o “hype” que foi ganhando nesta “awards season”.

Melhor Argumento Original

O argumentista e realizador Bo Burnham deu que falar no circuito de prémios com o seu Eighth Grade, estando mesmo nomeado aos prémios do sindicato dos argumentistas. Esperava-se uma nomeação aos Oscars, mas nota-se também a ausência (em relação aos nomeados da Writers Guild of America) de A Quiet Place (Bryan Woods, Scott Beck, John Krasinski). 

Já Paul Schrader conseguiu aqui nomeação (não o conseguiu na WGA) por First Reformed, tal como Deborah Davis e Tony McNamara pelo guião de The Favorite.

Melhor Documentário

É inevitável não falar da omissão de Won’t You Be My Neighbor?, provavelmente o filme mais premiado nesta categoria nas várias distinções que foram atribuídas. Era por muitos considerado o mais provável vencedor ao Oscar. Um choque, a sua ausência.


Melhor Filme Estrangeiro

Estranha-se a ausência de Burning, thriller sul-coreano que tem reunido ótimas críticas. Ganharam com isso Capernaum (do Líbano, já premiado em Cannes), Cold War (da Polónia, vencedor de melhor realização em Cannes e filme dominante nos prémios do cinema europeu), Never Look Away (da Alemanha), o inevitável Roma e (México) e Shoplifters (filme do Japão, vencedor da Palma de Ouro em Cannes).

Melhor Cinematografia

First Man voltou aqui a perder uma nomeação, ele que está indicado aos prémios da Associação de Diretores de Fotografia (ASC). Quem ganhou com isso foi Nunca Deixes de Olhar e o seu diretor de fotografia Caleb Deschanel.

Nos outros nomeados encontramos Lukasz Zal (Cold War), Robbie Ryan (The Favorite), Alfonso Cuarón (Roma) e Matthew Libatique (A Star is Born), todos eles também indicados pela ASC. Tal como na categoria de melhor realização, dominam estrangeiros (4-1) em comparação aos norte-americanos (Libatique).

 

Melhor Banda Sonora

A ausência de First Man é óbvia, marcando presença BlacKkKlansman, Black Panther, If Beale Street Could Talk,  Isle of Dogs e Mary Poppins Returns.

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