Terça-feira, 19 Março

Bodyguard: terrorismo contemporâneo made in UK

 

O princípio não é novo e até podemos falar de uma verdadeira amálgama de influências, como Homeland (a paranoia), 24 (um homem contra tudo e todos em complôs terroristas), House of Cards (os meandros da conspiração política), Sleeper Cell (terrorismo e células na preparação de um atentado) e até o filme Bodyguard, que colocava Whitney Houston a ser protegida por Kevin Costner (sim, uma relação que vai além do profissional).

The Bodyguard é uma série da BBC que vai chegar à Netflix no final deste mês. Com seis episódios, a série – que foi o drama mais visto no Reino Unido este verão (com os melhores resultados da estação desde 2008) – começa logo com um forte momento de tensão a abrir. David Budd é um veterano da guerra afegã que está no comboio com a filha. Após ver uma situação estranha pela janela, começa a achar que algo se passa de errado e parte em investigação pelos próprios meios. Aí vai descobrir que um ataque terrorista está iminente.

A partir deste evento seguimos para uma intriga com foco nesse mesmo homem que se transforma em segurança pessoal de Julia Montague, a ambiciosa Ministra do Interior de crenças ultraconservadoras que deseja ascender na política. A relação dos dois, as decisões e opiniões da ministra e a guerra ao terrorismo vão se cruzar, bem como com a política externa e interna do Reino Unido, os problemas dos veteranos de guerra, e os jogos internos da dança de cadeiras nas esferas do poder, tudo de um jeito tenso, denso, condensado, com suficiente savoir faire para entregar um projeto que deverá ter uma continuação, mas que não o deixa antever no seu episódio final que tem a duração de um filme.

Criada por Jed Mercurio – de Line of DutyBodyguard revela inteligência, contemporaneidade,  beliscares políticos a opções do passado e emoção. E embora entre em alguns campos onde é necessária alguma suspensão da descrença (verdadeiros guarda-costas criticaram elementos do projeto), Bodyguard consegue ser o suficientemente dinâmica para ser mais que apenas e só mais uma série sobre terrorismo.

Richard Madden (A Guerra dos Tronos) e Keeley Hawes (Ashes to Ashes) entregam prestações seguras, até já se falando (ou especulando) que o primeiro poderá substituir Daniel Craig em James Bond.

Notícias