Sexta-feira, 29 Março

Os 5 pecados de Mark Wahlberg

 

Para Mark Wahlberg, Boogie Nights é o grande pecado da sua carreira. O actor revelou recentemente que havia pedido perdão a Deus por esta sua colaboração com Paul Thomas Anderson. Contudo, há quem não concorde com esta sua redenção, considerando o filme numa das suas melhores obras, assim como desempenho. Como tal, e de forma a contrariar a sua culpa, decidimos recolher os 5 “pecados” pelo qual deveria (verdadeiramente) arrepender-se.

 

O Planeta dos Macacos

Antes da trilogia de sucesso que hoje paira, houve ainda mais uma tentativa de adaptar o clássico literário de Pierre Boulle para o século XXI. Com Tim Burton no leme, este “sonho molhado” da caracterização apresentava Mark Wahlberg como um astronauta perdido numa terra de símios. Apesar dos bons valores de produção, o filme não possuiria a dimensão da primeira versão nem debatia-se com questões existencialistas e identitárias da ressurreição seguinte, tudo culminou num autêntico pastel, onde até mesmo Burton pretende esquecer. HG

O Acontecimento

Aquando da promoção a The Fighter – O Último Round, Mark Wahlberg confessou que O Acontecimento, de M. Night Shyamalan, onde interpreta um professor de ciências muito pouco convincente, era um «mau filme». Indiscutivelmente um dos filmes mais patetas de M. Night Shyamalan, mesmo com toda a “suspensão voluntária da descrença” que temos de aplicar (desligar o cérebro, convenha-se), o filme representou a machadada final dos créditos que o cineasta tinha alcançado com O Sexto Sentido, O Protegido e Sinais. Seguiu-se o purgatório de levar ao cinema a sua obra mais comercial e desfasada do seu sentido autoral: The Last Airbender. JP

Transformers: O Último Cavaleiro

Michael Bay poderá ter pedido desculpas de um segundo filme desconecto, mas o quinto, protagonizado por Wahlberg é um delírio surrealista que desafia as próprias convenções narrativas de Hollywood. Em menos de 10 minutos de filme, Transformers: The Last Knight esvazia a paciência do espectador, exibido uma glória técnica sonoro-visual que não faz jus à incoerência do argumento, ao desprezo das relações entre personagens e a incapacidade de transmitir ênfase emocionais à trama. E Wahlberg não salva este “míssil frouxo”, a sua prestação é igualmente, ou tão esquecível que o “filme”. HG

Max Payne

Nesta adaptação do famoso videojogo, Wahlberg interpreta o papel título. O que tornava o jogo uma referência era a mistura atmosférica da história, do gameplay e um toque de ação ao melhor estilo de Hong Kong, com John Woo à cabeça. Porém, na transição para o cinema, quase tudo se perdeu, até o mundo sombrio e violento do jogo (muito inspirado no cinema noir) fica a léguas, transformando tudo em mais uma construção industrial e padronizada do cinema de ação. JP

Qualquer filme de Peter Berg

Se existisse justiça neste Mundo, Mark Wahlberg teria contas ajustar com Deus com a sua colaboração com Peter Berg. De Lone Survivor até Patriot’s Day, meras propagandas norte-americanas que demonizam o islamismo num completo maniqueísmo preto-e-branco e nas ínfimas saudações à bandeira dos EUA. Em tempos difíceis como estes que vivemos, filmes tecnicamente redundantes e recheados de mensagens patrióticas de superioridade, são a maior das ofensas. Peter Berg, um novo Michael Mann? Sério, ainda persistimos em mais heresias. Nem com avé-marias e quantos pais nossos isto vai ao sitio. HG

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