Terça-feira, 23 Abril

Cinema Ideal repõe obras antigas de Manoel de Oliveira

A propósito da estreia da curta-metragem O Velho do Restelo (11/12) o Cinema Ideal (Lisboa) exibirá, juntamente com o mesmo, um conjunto de três outros filmes de Manoel de Oliveira.

A sessão inicia com a referida curta, a qual se segue o filme de estreia do cineasta, Douro, Faina Fluvial. Talvez a curta-metragem mais importante portuguesa, filmada num período de dois anos, com auxílio do operador de imagem António Mendes. Estreada quando Oliveira tinha apenas 23 anos e misturando documentário e ficção, esta acompanha alguns dos habitantes do Porto, com particular ênfase nos seus pescadores. De uma elevada importância histórica nacional onde, aquando da sua estreia, foi pateada no salão onde foi exibida, com exceção da crítica, entre a qual se encontrava o dramaturgo italiano Luigi Pirandello que, conta-se, perguntou se era costume em Portugal aplaudir os bons filmes com os pés. Comentário irónico que, de resto, refletiu toda a carreira futura do realizador português.

Segue-se O Pintor e a Cidade, retratando o trabalho do aguarelista António Cruz ao longo de alguns dias de trabalho nas ruas do Porto. Feito em 1956, o realizador contrastou os quadros pintados com as mesmas imagens que filmou, sendo assim esta obra a mistura e exploração de duas artes em simultâneo. É também o primeiro filme a cores de Oliveira.

Por fim, a sessão conclui com Painéis de São Vicente de Fora – Visão Poética, uma curta-metragem de 2010 baseada no célebre políptico português, onde as personagens representadas ganham vida própria (duas delas interpretadas por Ricardo Trêpa e Diogo Dória) para explicarem cada um dos seus segmentos e, em simultâneo, debaterem temas como a pobreza, a religião, a guerra e a paz.

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